Cronulla

Esse post é continuação da minha cicloviagem de 3 meses pela Patagônia, após o trecho norte da Carretera Austral que pode ser lido clicando aqui.
Eu já havia visitado Bariloche a varios anos atrás quando criança em uma viagem de família e sempre a tive como um lugar especial na memória, vi neve pela primeira vez, fiz competição de trenó contra meus irmãos em Piedras Blancas, sensação de frio e cheiro de lenha queimada. Era muito empolgate estar alí tantos anos depois.
A chegada em Bariloche foi bem conturbada, provavelmente uma das estradas menos amigáveis para ciclistas que já pude pedalar, muitos caminhões e uma estreita via com uma mão pra ir e uma pra voltar, deixando como única alternativa pedalar no ripio do acostamento.
Uma das coisas que me chamaram muito a atenção foi o destrato com uma cidade tão linda com varias reinvidicações do povo mapuche. Pichações se espalhavam por todos os lados, infelizmente só um sintoma de decadas da nossa cultura latino-americana de completo desprezo com o povo originário das terras que nascemos.
Após uma rápido giro pela cidade resolvi me hospedar no Marcopolo Inn Hostel devido a localização central e por ter reviews muito bons para a pouca quantidade de dinheiro que eu estava disposto a pagar.
Aproveitei o dia seguinte para explorar a cidade e o primeiro destino foi o Cerro Campanario, de onde se tem uma das vistas mais lindas da cidade e do Parque Nacional Nahuel Huapi.
Uma dica para quem gosta de trilhas e esta visitando o Cerro: Você pode fazer uma trilha relativamente fácil até o topo sem pagar nada (não precisa pegar a cadeirinha), a entrada é um pouco escondida mas basta perguntar para alguém próximo a bilheteria.
Como de praxe após dias de pedal comendo muito atum e arroz com cheiro do fogareiro a gasolina, me dei de presente um belo almoço para curtir a culinária local no Las Brasas.
No dia seguinte ví um panfleto do hostel para passeios de Kayak e resolvi experimentar, foram 2 horas de remada no maravilhoso Lago Gutiérrez e me senti muito sortudo pois era o único turista da excursão (acho que não são muitas as pessosas dispostas a remar tão próximo do inverno), sucesso! Pude pegar o melhor kayak que eles tinham disponível e ficar o tempo todo trocando idéia com os guias sobre a Patagônia, com direito a uma longa pausa para o café da manhã a beira do lago e muito chá mate.
No final do passeio eles me contaram que um grupo de brasileiros faria um tour no dia seguinte e eu prontamente me ofereci para ajuda-los em troca de mais um passeio de kayak, dessa vez na faixa. Eles são muito legais e o roteiro é incrível, super recomendo o passeio com a equipe do CuadranteSur.com!
Usei os dias restantes para turistar fazendo o Circuito Chico de bike, visitando Del Turista, comendo comida local e caminhando muito pela cidade.
Curtir a galera do hostel e conhecer gente nova sempre foi uma das minhas coisas favoritas as fazer. A troca de idéias com tanta gente de tanto lugar diferente, viajando das maneiras mais inusitadas são muito interessantes.
Numa dessas trocas de idéia conheci um amigo argentino que me deu minha primeira cuia para mate e me apresentou a algumas bandas argentinas que curto até hoje, Viejas Locas e Callejeros.
A história dos Callejeros é muito triste, em um dos Shows da banda o uso indevido de fogos de artificio em local fechado, ligado ao fato das portas de emergência estarem trancadas para impedir entrada de não-pagantes causou a morte de 194 pessoas incluindo familiares da banda. Esse deastre foi comparado ao que aconteceu na Boate Kiss no Brasil e muitos membros da banda foram culpados. Muitas das letras dos últimos albuns da banda falam da melancolia pós desastrs, Creo é umdas minhas favoritas.
Minha playlist do Spotify com bandas que conheci em viagens pela Argentina, Chile e Cuba.
É uma rota que se extente por 60km ao noroeste da cidade e essencial para quem quer conhecer cartões postais de Bariloche. Super fácil de fazer em um dia de pedal e você encontra todos os tipos de atrações e restaurantes no caminho.
Você pode encontrar mais informações sobre o circuito visitando https://www.barilocheturismo.gob.ar/br/circuito-chico.
No próximo post vou colocar o trajeto final da viagem, de Bariloche até Neuquén, o “fim” da Patagônia argentina. Até lá!
Dia das crianças, 13 de outubro de 2013, faz sol e minha vontade é utilizar a ciclofaixa da cidade de São Paulo para pedalar até o Parque do Ibirapuera com minha noiva!
O relógio marca 12h na chegada ao parque, damos umas voltas até optarmos por amarrarmos nossa bicicletas com um cadeado grosso em um paraciclo do quiosque movimentado em frente ao Planetário do Ibirapuera.
A ideia era simples: Parar alguns minutos, verificar os horários de apresentação do Planetário, voltar às bikes e decidir se damos uma volta correndo ou pedalando pelo parque.
Mas para a nossa surpresa em exatos 2 minutos após amarrarmos as bikes caminharmos até a porta do planetário e olharmos para trás… Elas não estavam mais lá!
O primeiro pensamento é: Eu devo ter amarrado em outro lugar, estou ficando louco.
Depois cai a ficha e você se da conta: Fica bobo, atônito, se sente burro; Pensa: Puta que pariu você pedala a anos na terceira maior cidade do planeta, sabe que não pode deixar bikes em qualquer lugar afinal roubos de bike acontecem no mundo inteiro. Idiota!
Aí você corre, avisa a Guarda Civil, telefona para a PM, faz tudo ao seu alcance mas você já sabe… Dificilmente encontrará sua bike de novo.
Justo aquela bike… Aquele souvenir furtado que sempre te lembrava:
Não há duvidas de que fará falta!
Sempre imaginei que pregaria aquele quadro de bicicleta em uma parede, presenteando meu filho ou um sobrinho dizendo-o para dar de louco pelo menos uma vez na vida, largando tudo e indo atrás do que realmente acredita independente do que os outros vão pensar.
Mas o furto da minha lindíssima e eterna bike marca o inicio de um novo ciclo onde poderei renovar idéias, aprender a travar uma nova bicicleta com uma boa U-LOCK quando for necessário deixa-la sozinha 😉 e planejar novas viagens no futuro ao lado de quem eu amo, construindo novas histórias!
Dados das bicicletas furtadas no domingo (13 de Outubro de 2013) no Parque do Ibirapuera:
Se você souber do paradeiro e me contar, serei eternamente grato.
Abraços!
Fiz um video mostrando como pedalo por São Paulo. No dia 26/08/2011 (sexta-feira) gravei o trajeto que faço pelas manhãs para ir trabalhar, saio da Av. Indianópolis na ZS. e vou até o Parque Antártica na ZO. em um trajeto de aproximadamente 14km (ida).
É impressionante a quantidade de carros (que custam 10x, 20x mais que uma bike) são deixados para trás criando enormes congestionamentos, gastando combustível e poluindo nossa cidade.
Definitivamente após fazer esse vídeo ví que faço bastante coisa errada e tenho muito a melhorar, sendo assim posso não ser o melhor ciclista para dar dicas de commuting, mas resolvi fazer esse post para compartilhar algumas premissas que eu SEMPRE respeito enquanto pedalo nessa megalópole e que provavelmente fizeram com que desde 2008 (quando comecei a pedalar) eu nunca tenha sofrido um único acidente.
1) Eu nunca ando espremido no canto direito da via! Essa é definitivamente a dica mais importante. Pedalar na cidade é como uma dança em que o Ciclista é quem conduz. Faça com que você seja visto, imponha respeito e ande no meio da faixa da direita para ter espaço de reação e conforto. Você é um veículo como qualquer outro e deve por lei ser respeitado!
2) No farol, eu fico o máximo que posso à frente dos veículos. Quando o farol abre é a hora em que os veículos disputam posição e você não vai querer estar no meio deles. Vá para além da faixa do pedestre (respeitando sempre o espaço deles), tenha espaço para você sair antes de todos para que eles possam desviar, não disputar com você.
3) Eu sempre uso capacete Ele me protege do sol, deixa minha cabeça ventilada e em caso de uma queda pode fazer toda a diferença.
4) Não uso óculos de sol e sempre utilizo roupas claras. Acho muito importante manter o contato olho a olho com os motoristas, um olhar pode trazer um entendimento essencial sobre a atitude que cada um vai tomar.
5) Antes de entrar no corredor, sempre olho para ver se não estão vindo motos.
6) Sempre utilizo minhas mãos para demonstrar aos motoristas o que vou fazer. O bração para a direita e para a esquerda não deixa dúvidas nos motoristas quanto a sua atitude.
7) Eu acredito que nenhum motorista vai passar propositalmente em cima de um ciclista. A menos que você esteja lidando com uma pessoa mentalmente doente, poucas pessoas vão propositalmente colidir com você. Por isso friso a dica nr 1, FAÇA-SE SER VISTO!
8 ) Pedalo o mais estavel possível, sem viradas bruscas e movimentos inesperados. Demonstro clareza sobre as minhas atitudes para os outros motoristas
9) Calçada e farol vermelho em último caso e com muita prudencia. Não tem como, sempre vai ter uma hora que você não vai conseguir passar pelos carros e disputar largada com os outros motoristas me sinto muito inseguro. Essas são as horas que eu vou para a calçada e passo os outros carros. Já passar no farol vermelho, só quando não há pedestres e é garantido que não esta vindo nenhum carro. Na dúvida eu não passo.
10) Sempre dou bom dia para outros ciclistas. Educação e contato com outras pessoas faz muito bem para o dia a dia
Segue o vídeo (a data da máquina estava errada!):
Já li muitas matérias na internet sobre o que levar para uma cicloviagem. Com o intuito de ajudar quem esta se preparando para uma longa viagem crio agora o meu meu próprio artigo.
Criei um vídeo mostrando tudo o que carrego, da mesma forma que o Daren Alf do BicycleTouringPro.com fez. Segue abaixo: